Por Alexandra Alper
(Reuters) - O artista mexicano José Luis Cuevas, que se empenhou em chacoalhar um cenário artístico dominado por muralistas e certa vez colocou até o próprio sêmen em uma exibição, morreu aos 83 anos de idade.
O governo disse em um comunicado que Cuevas morreu na segunda-feira na Cidade do México, mas a causa não ficou clara de imediato.
As figuras pensativas de Cuevas ornaram exibições de Paris a Nova York durante uma carreira de pintor, escultor, escritor, desenhista e gravurista que se estendeu por mais de sete décadas.
Cuevas, que cultivou a imagem de garanhão, se inspirou nas obras de Francisco de Goya e Pablo Picasso, e suas representações de figuras escuras, deformadas e animalescas foram uma ruptura radical com o muralismo de conotação socialista popular há tempos no México.
As homenagens surgiram logo após a notícia de sua morte.
"José Luis Cuevas sempre será lembrado como um sinônimo de liberdade, criação e universalidade", disse o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, no Twitter.
Cuevas era de uma família de classe média da Cidade do México e nasceu em 26 de fevereiro de 1934 no andar de cima da fábrica de seu avô, um cenário que ele certa vez especulou ter moldado seu caminho na vida.
Ele atacou muralistas de destaque do século 20, como Diego Rivera, José Clemente Orozco e David Alfaro Siqueiros, acusando-os de serem próximos demais do governo e de mostrarem a vida mexicana por trás de uma "cortina de cacto", como a chamava.
Outrora um dos luminares de uma geração de artistas mexicanos conhecida como A Ruptura, Cuevas vinha se afastando cada vez mais da vida pública nos últimos anos.